No dia da vovó, 26 de julho,
Parabéns, mãe Maria, Madrinha, vovó!
As motivações de vida que fazem as vovós tão queridas!
Mãe é nome comum a todas as mulheres que geram um filho. Maria é um nome comum a tantas vovós, que também são chamadas de madrinhas, dindas, nonas... Mãe Maria, Mãe Cida, Mãe Lourdes, Mãe Flávia, são expressões que muitos netos usam para identificar a mãe de seus pais, a vovó.
Mãe Maria nunca se esquece de dizer que o seu lar é o melhor lugar do mundo.
É um espaço que muda, mas não muito. Quem não se lembra daquela caneca, do livro de histórias ou do prato da vovó?
O tempo passa, e Mãe Maria não pára. Hoje, mesmo devagar, gosta de passear, fazer compras. Troca as almofadas, as flores, as cortinas, os móveis... Mas, na parede, a gente sempre vê aquela foto de família, o crucifixo, a pintura de uma filha, o quadro do Coração de Jesus... Dos seus lábios, como de quem sabe amar, sempre se ouvem as palavras: “Deus é bom e cuida de nós”. É convicta: sua casa tem a proteção especial de Deus. E ela ensina os seus a falarem com Ele e com a Mãe de Jesus.
É na sua casa que netos, bisnetos, filhos, noras, genros, pessoas amigas gostam de se encontrar. Mãe Maria, apesar das dificuldades, próprias da idade, nunca deixa diminuir seu prazer em acolher, preparar o pão com sabor de carinho, o macarrão especial para o neto especial, o rocambole para o bisneto que dela herdou o gosto pela música.
Para chegar até aqui, vigorosas, fortes, muitas além de 90 anos, as vovós se cultivaram, como se cultivam as flores. Terra boa, sol, água e muito adubo. Todo este suporte Mãe Maria descobriu na dedicação aos filhos, à família, voltando-se sempre para o sol: Deus. Com ele colaborou como catequista, palestrante na comunidade, ministra da comunhão... Dedicou-se à sociedade, trabalhando em diversas jornadas de trabalho: professora, funcionária pública, dona de casa, mãe, esposa, costureira... Mais tarde, quando se aposentou, dedicou-se ao artesanato: crochê, flores de sabonete, flores para festas, representante da revista Família Cristã, escritora de poemas, tecladista...
Conheço uma Mãe Maria que, perto dos 80 anos, se deu conta que havia uma linguagem nova, fundamental para dialogar e se comunicar com a família, especialmente com a faixa mais jovem: a internet. Decidiu logo: fez diversos cursos, frequentando escola com diversos alunos três e quatro vezes mais jovens. A relação foi tão bonita que Mãe Maria foi convidada e aceitou ser paraninfa da turma, na formatura. Tornou-se a primeira aluna e, ao mesmo tempo, paraninfa, naquela escola. Adotou a comunicação virtual: pelo Skype interage com a família, pelo blog acompanha o registro dos momentos especiais.
Outra Mãe Maria, ofereceu como lembrança de seus 80 anos, um caderno intitulado “80 Receitas de Vida”. O conteúdo do livreto eram suas receitas apreciadas e preferidas de cozinha e pensamentos que nortearam sua vida. Como a idéia agradou, nos aniversários seguintes foi criando uma coleção: “Música do coração” (suas músicas preferidas), “Doce viver” (suas poesias), “Parábolas de vida”, “85 anos de bênçãos”. As crianças também receberam o jornalzinho preparado para elas - “Favo de Mel” - com a história da “Aurora, a borboleta”.
Preparando o último Natal, Mãe Maria acompanhou a novena em família. Quando a oração foi na sua casa, o tema eram os “anjos” que anunciaram o nascimento de Jesus. Confeccionou cartões com recortes de tecidos de estampas natalinas e, no final da oração, como compromisso, distribuiu os cartões para que cada um escrevesse uma mensagem a alguém. Cada um deveria se tornar também um anjo anunciador da mensagem do Natal. Para surpresa de todos, o bisneto caçula ofereceu seu cartão à Mãe Maria. Um lindo anjo para uma vovó tão carinhosa!
Mãe Maria é vovó de outros netos que, praticamente, não são os seus. Qualquer criança tem espaço no seu coração. No primeiro dia do ano, a mesa da sala de jantar ganhou novo colorido. Eram as sacolinhas azuis e rosas, preparadas na véspera, cheias de surpresas de Boas Festas.
Apenas o dia nasceu, lá em frente a casa, estavam muitas crianças, em grupos, tocando a campainha. Ao verem Mãe Maria, diziam alegremente: “Vó, queremos Boas Festas”. Vovó distribuiu as sacolinhas recheadas de balas, biscoitos, brinquedos, pipocas, Boas Festas... Uma alegria só!
Depois das festas de final de ano, a família, sobretudo os menores, querem se encontrar mais. Mãe Maria cria motivações: inventa a festa da pipoca. Faz colares, pulseiras e brincos de pipoca e convida a todos para um encontro. Em volta de uma grande mesa, todos “empipocados”, esquecem o tempo saboreando pipocas com sal e chocolate, participando do bingo com os brindes divertidos e úteis da Mãe Maria.
E aquela Mãe Maria que virou mágica!? Colocou cartola na cabeça, entrou na roda dos netos e bisnetos que faziam mágicas. Divertiu-se e divertiu. E passou a fazer parte do Clube de Mágica da família.
Há, na verdade, uma mágica no coração e na vida de todas as vovós. Apesar de tantas dores, dificuldades e cansaço, apesar da saudade de tempos e pessoas que já se foram, elas têm um segredo muito simples: a criatividade própria da eterna novidade do amor.
Percorrendo o caminho da vovó...
Um dia...Menina pura, corria, sorria, brincava, sonhava
Depois... Jovem bonita, cantava, amava, crescia, vivia!
Tempos depois... Mulher madura, acolheu, sofreu, perdoou, abraçou.
Hoje... Vovó, Mãe Maria, é só coração, afeição!
Para ela, “Deus é bom”, é Pai, é sustento!
Para os seus, ela é colo e acalento!